01/09/2009

Pequeno balanço antes mesmo da gripe suína...

O texto de Julia Varela veio para coroar o encerramento das primeiras aulas do nosso curso de extensão. Antes mesmo de lê-lo, iniciei uma reflexão sobre tudo que vimos, discutimos e destaquei a desconstrução do que entendemos por escola como o raciocínio de maior importância na prática docente, pelo menos para mim. Diria que isso é mais do que um raciocínio, é um exercício constante que tento vivenciar dia após dia.
Fui educada em escolas marcadas pela “pedagogização do conhecimento” e pelo “disciplinamento interno dos saberes”. Desconstruir essas duas expressões, que a princípio são como pilares dessa educação submissa da qual participei, está sendo um desafio, principalmente porque agora, colocando-me do lado do magistério, me pego reproduzindo ações sem nenhuma reflexão anterior, porque quando me foram transmitidas foi dessa forma que elas vieram: prontas, consideradas “verdades absolutas”, sem contestação alguma de minha parte. Preciso superar as barreiras históricas da construção da escola, me distanciar e estranhar de tudo que aprendi, porque, como Varela explica muito bem, “nosso relativo êxito escolar nos incita a reproduzir o adquirido, a transmitir saberes descontextualizados, saberes formais e ocos, como se fossem o único e verdadeiro saber legítimo”.
Agora me pergunto: será que fui realmente educada? Ou melhor, que tipo de educação recebi? E ainda: Isso seria educação? Que tipo de educação defendo atualmente? Depois de algumas dinâmicas, leituras e discussões, tenho muitas dúvidas e incerteza, mas minha vontade é clara e quero oferecer aos meus alunos aquilo que não foi me oferecido: a possibilidade de refletir a vida, refletir a cidadania.

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