30/09/2010

Texto Livre - autor: Flávio

O “pé de morangos”
29/setembro/2010

Paulinho ficou muito feliz quando sua mãe lhe disse que ele poderia, sim, participar do passeio que sua classe faria, como decorrência do projeto que sua professora vinha desenvolvendo com o 1º Ano do Ensino Fundamental.
O projeto tinha por objetivo, contribuir para que as crianças conhecessem diferentes frutas e se sentissem inclinadas a experimentar e descobrir os sabores que ainda desconheciam. Assim, visitariam o mercado central, observariam, escolheriam, comprariam e saboreariam diferentes frutas na sobremesa do almoço daquele dia.
No dia anterior à aula de descobertas, a professora puxou assunto e, depois de algumas explica-ções e admoestações referentes ao delicioso sabor das frutas, perguntou: “ — Qual a sua fruta preferida?”
Uma por uma, as crianças foram respondendo à indagação.
A fruta campeã de preferência foi a banana, seguida de longe pela maçã, laranja e pêra, sendo que uma ou outra menção ao morango também foi registrada.
A professora aproveitou para mostrar às crianças algumas fotografias que tinha pesquisado previamente na internet. Apresentou a imagem de uma bananeira, destacando os grandes cachos que pendiam da árvore alta e esguia. Em seguida mostrou uma laranjeira, destacando parte da fotografia que apresentava uma galhada quase envergada, com tantas frutas penduradas.
Várias das crianças, nascidas e criadas na cidade, moradoras de apartamentos em bairros cercados de prédios, nunca haviam visto um “pé de fruta” pessoalmente. Foi a maior risadaria quando a professora se referiu às árvores e arbustos em que nasciam as frutas, chamando-as de “pé”. “Pé de laranja”, “pé de banana”, “pé de tomate”...
“ — Pé de tomate? Tomate é fruta? Mas tomate não é pra fazer salada?”
A professora precisou explicar que, apesar de ser usado para o preparo de saladas, o tomate também era uma fruta, para espanto geral.
A aula foi muito interessante e as crianças ficaram ainda mais ansiosas para a aula passeio que fariam na manhã seguinte.
No outro dia, após chegarem todos à escola, a professora proferiu uma série de recomendações para que o passeio transcorresse na maior tranquilidade: pediu para que todos seguissem sentados e com o cinto de segurança afivelado no ônibus, para que andassem sempre juntos e para que não conversassem com pessoas estranhas.
Eliana perguntou; “ — Mas como vamos saber os nomes das frutas diferentes se não podemos falar com o moço da barraca do mercado?”
Fila para sair da classe. Ônibus parado na porta da escola. Começa o embarque. A professora toda atarantada checa em sua lista o nome de cada criança que entra no ônibus. Vinte e duas crianças, sendo que três faltaram devido a uma virose de inverno. Para ajudar a olhar as crianças, foram junto no passeio a coordenadora pedagógica e a Dona Madalena — um doce de inspetora de alunos do turno matutino.
Foi uma maravilha. As crianças se divertiram muito. Várias delas jamais haviam ido ao mercado central e ficaram encantadas com as barracas coloridas pelas verduras, legumes e frutas tão diversas. Muito comportadas, as crianças andaram juntas o tempo todo e, apesar do grande “agito” em cada corredor do mercado por onde passavam, aproveitaram muito para ver, tocar e até fotografar as frutas que não conheciam.
Para a sobremesa do dia, compraram banana — é claro —, maçã, mexerica, mamão, carambola e morango.
João Pedro comentou: “ — Parece até que vamos fazer uma salada de frutas!”
A idéia foi aprovada por unanimidade! Todos de volta ao ônibus, frutas na bagagem, e do mer-cado à escola o passeio transcorreu bem rapidinho.
Já na cozinha pedagógica da escola, as crianças lavaram as frutas e, com faquinhas de plástico — iguais àquelas que acompanham os rocamboles que se compra no supermercado —, picaram as frutas para o preparo da sobremesa.
Após o almoço, todo mundo comeu salada de fruta com muita satisfação. Alguns nunca haviam provado carambola e acharam sua aparência — em forma de estrela — muito bonita e seu sabor bem gostoso.
Paulinho chegou em casa bem alegre. A mãe foi logo perguntando sobre o passeio e o menino foi narrando parte por parte da atividade com os olhinhos brilhando, demonstrando ter gostado e aprendido muito com a aula passeio.
“ — Muito bem, meu lindinho, agora direto pro banho que você está imundo!”
Paulinho se dirigiu ao banheiro, mas de repente se lembrou: “ — Ah, mãe! A professora deixou eu trazer um pé de morango para casa!”
“ — Um pé de morango? Mas tinha “pé de morango” no mercado? E onde foi que você o colo-cou que não estou vendo?”
“ — Tá dentro da minha mala.”
A mãe já imaginou a sujeira que deveria estar dentro da mala do Paulinho...
“ — Mas dentro da mala, meu filho? Então deve estar tudo cheio de terra!”
“ — Não, mamãe. Eu lavei direitinho o pé de morango antes de colocar na mala!”
A mãe não entendeu nada... O menino deu meia volta sobre os próprios calcanhares. Foi até a cozinha, pegou a mala e, diante dos olhos curiosos da mãe, abriu-a rapidamente. Meteu a mão lá dentro e retirou uma caixinha de plástico, dessas em que vêm embalados os morangos. Entregou-a à mãe concluiu:
“ — Olha só, mãe! Agora temos um “pé de morango” aqui em casa. Não vamos mais precisar comprar morangos!”.

Grupo: Indagadores

Pontos levantados pelo grupo INDAGADORES durante discussão acerca do texto “Uma conversa inicial” da professora Glaucia Ferreira:
• Nem todos têm carisma, “dom” para educar, por isso é necessário pensar nas habilidades e capacidades do professor, ou seja, como viabilizar ao professor a apropriação de instrumentos pedagógicos que envolva o aluno e possibilite a construção do conhecimento;
• A construção da idéia de criança e infância é histórica e social;
• A dificuldade de mudar as concepções e imagens do tipo de educação pela qual fomos “formados” e como isso influencia na prática pedagógica do professor;
• A relação educação-sociedade; as relações de poder contidas no ambiente escolar; a intencionalidade do espaço escolar;
• É necessário estranhar a escola desconstruí-la para se pensar outra pedagogia ou outras formas de construção do conhecimento;
• O caráter político da escola e do papel do professor; a reflexão acerca do mundo em que vivemos por parte do professor; é necessário pensar a educação em contextos de crise, desigualdades, etc.
• Objetivos necessários para traçar caminhos;
• Ideal de inclusão;
• Educação da solidariedade; formação dos valores; cidadania;
• O que há de fundamentalmente humano no processo educativo?
• Parceria pais e escolas;
• Educar é educar-se;
• É necessário pensar para onde queremos ir e como iremos;
• Ser livre não é tirar da mão do professor a mediação;
• Educação livre dos estereótipos, das fórmulas prontas, dos constrangimentos;
• Liberdade para a criança expressar suas idéias;
• Cooperação entre os alunos;
• Aprender a ouvir;
• Autonomia;
• Trabalho como busca de conhecimento, fonte de poder, saber e fazer;
• Comprometimento; possibilidades de escolha e responsabilidade

grupo: Roda das 7 mulheres

Campinas, 27 de setembro de 2010.

Por Roda das Sete Mulheres

Conhecimentos apreendidos a partir das aulas presenciais, textos lidos e material analisado da Escola Curumim – álbuns e jornais:



Pudemos entender em qual contexto Freinet construiu sua Pedagogia – a partir de sua vivência durante a 1ª Guerra, pensando em uma educação verdadeiramente construída pelo e para o povo;

Fundamentos da Pedagogia Freinet – uma pedagogia popular baseada no respeito à criança, na expressão livre, na cooperação, na motivação do esforço, enfim, na criança como cidadã, com direitos e deveres;

Características – o texto livre (a criança elabora o texto a partir de seu interesse, mediação e pesquisa); o jornal escolar e a imprensa; a correspondência; o trabalho (não alienante, mas participativo);

Como se dá – a Pedagogia Freinet não é um método: é preciso “ser Freinet”; partir dos complexos de interesses, ou seja, das necessidades das crianças e não da transmissão de conhecimentos do professor para a criança; trabalho em ateliês na sala de aula; as crianças se apropriam do trabalho realizado em sala de aula.

10/09/2010

TEMAS DO CURSO

Esses foram os temas de estudo que extraímos do levantamento de expectativas dos alunos deste curso.
Assuntos

1. POR QUE FREINET Dossier Pedagógico
Conhecer os fundamentos da Pedagogia
Aprofundamento da formação profissional
Inovação e enriquecimento da prática
Pedagogia Freinet e escola pública


2. FERRAMENTAS DA PEDAGOGIA FREINET
Organização pedagógica da sala de aula
Instrumentos da Pedagogia Freinet


3. O QUE É SER UM PROFESSOR FREINET
Prática da cooperação
Exercício da autonomia intelectual
Exercício da livre expressão
Princípios éticos
Valor da experiência
Auto-conhecimento

09/09/2010

Turma de 2010


Olá para todos!

Este ambiente de nossa disciplina é mais uma oportunidade que teremos para trocar idéias, postar trabalhos produzidos durante as aulas e comentá-los, discutir assuntos de interesse do curso e muitas coisas mais!
Tirem proveito dele!
Profas. Maria Teresa e Gláucia