19/10/2009

Um poema de Drummond

"Para Sara, Raquel, Lia e para todas as crianças".
Carlos Drummond de Andrade
Eu queria uma escola que cultivasse a curiosidade de aprender que é em vocês natural.
Eu queria uma escola que educasse seu corpo e seus movimentos: que possibilitasse seu crescimento físico e sadio. Normal
Eu queria uma escola que lhes ensinasse tudo sobre a natureza, o ar, a matéria, as plantas, os animais, seu próprio corpo. Deus.
Mas que ensinasse primeiro pela observação, pela descoberta, pela experimentação.
E que dessas coisas lhes ensinasse não só o conhecer, como também a aceitar, a amar e preservar.
Eu queria uma escola que lhes ensinasse tudo sobre a nossa história e a nossa terra de uma maneira viva e atraente.
Eu queria uma escola que lhes ensinasse a usarem bem a nossa língua, a pensarem e a se expressarem com clareza.
Eu queria uma escola que lhes ensinassem a pensar, a raciocinar, a procurar soluções.
Eu queria uma escola que desde cedo usasse materiais concretos para que vocês pudessem ir formandocorretamente os conceitos matemáticos, os conceitos de números, asoperações... pedrinhas... só porcariinhas!... fazendo vocês aprenderembrincando...
Oh! meu Deus!Deus que livre vocês de uma escola em que tenham que copiar pontos.
Deus que livre vocês de decorar sem entender, nomes, datas, fatos...
Deus que livre vocês de aceitarem conhecimentos "prontos", mediocremente embalados nos livros didáticos descartáveis.
Deus que livre vocês de ficarem passivos, ouvindo e repetindo, repetindo, repetindo...
Eu também queria uma escola que ensinasse a conviver, a coooperar, a respeitar, a esperar, a saber viver em comunidade, em união.
Que vocês aprendessem a transformar e criar.
Que lhes desse múltiplos meios de vocês expressarem cada sentimento, cada drama, cada emoção.
Ah! E antes que eu me esqueça:
Deus que livre vocês de um professor incompetente.

Um comentário:

  1. Sobre este poema de Drummond...

    Estou cada vez mais convencida que só os artistas podem nos mostrar os caminhos pedagógicos da inclusão.
    Esse poema é tão revolucionário quanto a Pedagogia das Diferenças!

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.