04/11/2009

Livre expressão

Freinet prega a livre expressão e foi com esse sentimento que fiz uso do blog durante o nosso curso.
O blog era o modo de eu me expressar e de forma livre, sem pressão. Não sou uma aluna que gosta de debater muito em sala. Prefiro escrever a falar. Aqui, tentava compartilhar com a turma o que algumas aulas tinham me feito refletir. Sim, são vivências, muitas vezes são biografias, mas não é da nossa vida que aprendemos? Pois é um pouco da minha vida que trago e com ela os meus conhecimentos para dividir com meus colegas. Aquilo que não disse em sala, escrevo aqui.
Se este não era o objetivo do livro da vida, simplesmente por parecer ser uma manifestação individual e não do coletivo... sinto não ter compreendido o sentido do instrumento... Mas pensei que aqui pudesse manifestar minhas impressões sobre as aulas e tentar com elas enriquecer o vivido, o vivido por todos, pelo coletivo.
Se o problema então foi o tamanho das postagens... Não sabia que blog se tratava de textos curtos... este não me deu limites de caracteres... E até enquanto escrevia, me sentia me expressando livremente e a minha liberdade incluia poder me expor como gosto e não como querem. Meu estilo de escrita é longo, poderia tentar, me esforçar por ser mais curta, mais direta... Mas me pergunto... pra quê? Se é para se adaptar a um modo de ver uma ferramenta... eu me nego... Ainda penso que o que está por trás, os princípios, ainda são muito mais importantes do que a ferramenta usada para eu me limitar a ela.
As vezes que postei aqui foi movida por vontade própria, não foi lição de casa que a professora passou. Era a autonomia minha que falava mais alto e me fazia escrever. Ao escrever livremente sem me prender a modelos e esteriotipos estabelecidos pelos homens do que seja um post de blog, eu estava buscando cooperar com o trabalho coletivo da turma com provocações e reflexões. E este meu trabalho feito assim me era prazeroso e significativo, por isso fazia.
Estavam ali todos os pilares do Freinet: autonomia, cooperação, livre expressão, trabalho.
Hoje, sai muito decepcionada de nosso encontro (obviamente, não pela apresentação do trabalho q esta estava simplesmente maravilhosa) e se fosse fazer um jornal de parede eu diria q eu critico a professora Maria Teresa pelo modo como falou, pois senti que todo o meu trabalho no nosso livro da vida não foi valorizado. Além disso, me senti reprimida, sem coragem de me manifestar no momento ainda pelo tom dela. Mais do que ter sentido o meu trabalho desvalorizado, senti que o livro da vida estava se tornando uma obrigação, praticamente um dever de casa q devíamos fazer simplesmente pq faz parte do curso, porque é nosso dever... Ali me perdeu todo o sentido de LIVRE expressão... Meu prazer morreu ali...
Pode parecer impressão minha e foi! Foi a impressão que me ficou! Em nossas palestras tanto do Guilherme quanto do Wanderley, para cd coisa que você fala, cd um que ouve interpreta e significa de um jeito. Essa foi a minha compreensão.
Se eu fosse escrever hoje um eu sugiro, suiriria para que se buscasse realmente ouvir os alunos que tanto ficaram insistindo em buscar outras ferramentas para nos comunicarmos, mas a professora se mantinha apenas e unicamente no blog (que sim, a turma reconhece o seu valor, mas não se adaptou ainda e pedia apenas por tentarmos ver se podiamos fazer uso de outra ferramenta para agregar ao nosso trabalho ou uma maneira alternativa de usar esta que se encaixe melhor a esta turma, pois, como discutimos, nem todas as ferramentas se aplicam da mesma maneira para todos... precisamos ir nos adaptando e adaptando as ferramentas... Freinet não é um livro de receitas pronto... é uma construção conjunta, construção q estávamos tentando fazer...)
Se eu fosse escrever um eu felicito, felicitaria a turma pelas apresentações tão ricas e criativas. Pelas vivências, as mensagens e pelo trabalho. E felicitaria as professoras por se proporem em nos oferecer o curso e compartilhar conosco um pouco de seus saberes sobre este educador encantador. E felicitaria tb a Nádia, a Marcela, a Talita dentre outros colegas q ou hj ou em ocasiões anteriores valorizaram meus posts, o que me encoraja em ainda escrevê-los.
E se eu fosse fazer uma pergunta... Perguntaria se fiz muito mal em fazer outro post imenso...
Desculpem, mas precisava me expressar e como disse (e dá pra reparar) sou mais escrever que falar...

3 comentários:

  1. Fico muito feliz, Débora, com seus comentários! Fico intrigada e inquieta, também!
    É muito bom, por um lado, pois temos um conflito real, e agora nos resta aprender com ele. Essa é a nossa matéria prima: vida, conflitos, afetos...
    Se a Maria Teresa não tivesse dado uma "cutucada", não estaríamos discutindo e a sensação de "tudo cor de rosa" poderia criar uma falsa impressão em nós. Mas acho que é necessário esclarecer, que estávamos discutindo o como fazer para que todos participassem do blog de alguma forma. Na minha compreensão, jamais passou que não se pode escrever longos textos. O que estamos buscando é que, além dos textos longos ou curtos de cada um, tentemos colocar breves relatos, algumas impressões que expressem as ideias do grupo. Como no exemplo que dei ontem: poderíamos colocar as imagens dos autores estudados e um comentário do grupo. Nosso Livro da Vida pode avançar. É pelo diálogo franco e aberto que poderemos chegar a uma compreensão mais profunda de nós mesmos e da própria pedagogia que estamos estudando.
    Um abraço pra você Débora e pra todos!
    Gláucia

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  2. Fico muito feliz, Débora, com seus comentários! Fico intrigada e inquieta, também!
    É muito bom, por um lado, pois temos um conflito real, e agora nos resta aprender com ele. Essa é a nossa matéria prima: vida, conflitos, afetos...
    Se a Maria Teresa não tivesse dado uma "cutucada", não estaríamos discutindo e a sensação de "tudo cor de rosa" poderia criar uma falsa impressão em nós. Mas acho que é necessário esclarecer, que estávamos discutindo o como fazer para que todos participassem do blog de alguma forma. Na minha compreensão, jamais passou que não se pode escrever longos textos. O que estamos buscando é que, além dos textos longos ou curtos de cada um, tentemos colocar breves relatos, algumas impressões que expressem as ideias do grupo. Como no exemplo que dei ontem: poderíamos colocar as imagens dos autores estudados e um comentário do grupo. Nosso Livro da Vida pode avançar. É pelo diálogo franco e aberto que poderemos chegar a uma compreensão mais profunda de nós mesmos e da própria pedagogia que estamos estudando.
    Um abraço pra você Débora e pra todos!
    Gláucia

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  3. Não entendi bem a sua manifestação. Solicitei apenas o que foi decidido livremente por todos nós, no início do curso,de escrevermos o Livro da Vida , utilizando o meio eletrônico. Se houve dificuldade no sentido de saldarmos esse compromisso, falhamos todos nós, que poderíamos ter nos apoiado mutuamente,para vencer nossas dificuldades e/ou resistência de utilizar o blog, inclusive você, que postou várias vezes na ferramenta. Na minha opinião deveríamos ter percebido, a profa. Gláucia e eu, no transcorrer do curso, o que estava, de fato, por detrás do desinteresse dos alunos em relação a essa importante atividade da Pedagogia Freinet e intervir no sentido de reverter a situação.
    Não posso deixar de pontuar que, no meu entendimento, a Cooperação é que dá sentido aos demais pilares da Pedagogia. Sem a presença acolhedora do outro, a convivência e a vida compartilhada , qual seria o sentido da Livre Expressão e da Autonomia? Nesse particular é bom revermos o verdadeiro significado de cada um desses pilares, pois podemos interpretá-los equivocadamente.
    Estou disponível para, na medida da minha capacidade de colaborar , estar junto e apoiar os que desejam expor seus trabalhos no blog, de modo que possamos fazer desta ferramenta ( embora não seja a ideal) uma vitrina do que somos capazes de construir , do ponto de vista educacional, em tão pouco tempo de trabalho ccoperativo.
    Profa. Maria Teresa

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