26/06/2009

Fada Clara Luz

Li esses dias um texto de uma professora minha que trazia alguns trechos da hitorinha infantil da Fadinha Clara Luz e gostei muito!!! Acho que é interessante para pensar nas reflexões que estamos fazendo nas nossas aulas...
Separei apenas os trechos que estavam no texto mesmo e coloquei a bibliografia do livro da fadinha!!!
Espero que gostem...

Para pensarmos numa escola cheia de vida e trabalhos das crianças:

“Clara Luz era uma fada, de seus dez anos de idade, mais ou menos, que morava lá no céu, com a senhora fada sua mãe. Viveriam muito bem se não fosse uma coisa: Clara Luz não queria aprender a fazer mágicas pelo livro das fadas. Queria inventar suas próprias mágicas.
- Mas, minha filha – dizia a Fada-Mãe – todas as fadas sempre aprenderam por esse livro. Por que só você não quer aprender?
- Não é preguiça, não, mamãe. É que não gosto de mundo parado.
- Mundo parado?
- É. Quando alguém inventa alguma coisa, o mundo anda. Quando ninguém inventa nada, o mundo fica parado. Nunca reparou?
- Não...
- Pois repare só. (...)”

Para pensarmos no Agamenon e Seu Porqueiro:

“(...)
- Minha filha, hoje vem uma professora nova. Você vai ter a sua primeira aula de horizontologia.
- O que é isso?
- É saber tudo sobre o horizonte. As crianças lá da Terra aprendem geografia. As fadas aprendem horizontologia.
- Acho que vou gostar dessa aula.
O sininho da porta bateu: era a professora que vinha chegando. Clara Luz correu ao encontro dela.
- Bom dia! Estou louca para aprender tudo sobre horizontes!
- Que bom! Gosto de alunos assim entusiasmados.
A professora era uma fada muito mocinha, que tinha acabado de se formar em professora de fadinhas. Sabia horizontolologia na ponta da língua.
(...)
- Muito bem. Primeiro quero ver o que você já sabe. Sabe alguma coisa sobre o horizonte?
- Saber, mesmo, não sei, não. Mas tenho muitas opiniões.
- Opiniões?
- É, sim. Quer que diga?
- Quero.
- A minha primeira opinião é que não existe um horizonte só. Existem muitos.
- Está enganada. Horizonte é só um!
- Eu sei que todos acham que é só um. Mas justamente vou escrever um livro, chamado Horizontes Novos.
- Você vai escrever um livro?
- Vou. Eu acho que criança também pode escrever livros, se quiser, a senhora não acha?
- Acho, sim.
- Pois nesse livro eu vou dizer todas as minhas idéias sobre o horizonte.
- ... Por exemplo: eu acho que nós duas não devíamos estar aqui.
- Ué! Devíamos estar onde, então?
- No horizonte, mesmo. Assim, em vez da senhora ficar falando, bastava me mostrar as coisas e eu entendia logo. Sou muito boa para entender.
- Já percebi.
- Tenho muita pena das professoras, coitadas falam tanto!
- É verdade.
- Então, se está de acordo, por que não vamos para o horizonte já?
- Não pode ser!
- Por quê?
- Não sei se é permitido... Não foi assim que eu aprendi horizontologia no colégio...
(...)
E foram.

(...)
- Agora a senhora não quer dar uma espiada nos outros horizontes?
- Que outros, querida? Só existe um.
- Então olhe para lá!
A Professora, que só estava olhando para cá, concordou em olhar para lá, já que Clara Luz fazia questão.
E viu mais de dez horizontes, um depois do outro.
(...)
- Mas não é possível, Clara Luz! Será que não estamos sonhando?
- Claro que não. Está sonhando é quem só vê um. ... (...)”

(ALMEIDA, Fernanda Lopes de. A fada que tinha idéias. São Paulo. Ed. Ática, 26. ed., 2002)

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