09/06/2009

Simultaneidade e Independência

Caros colegas,

Outro dia me vi pensando sobre a propenção à independência e ao individualismo dos alunos da escola tradicional, onde praticamente não há espaço para o compartilhamento de informações, idéias e aprendizado. Ou seja, na escola tradicional praticamente não há espaço para a solidariedade, onde cada um cuida de si para ser o melhor de todos. Começei a relacionar este individualismo à questão da simultaneidade do ensino e da aprendizagem na escola tradicional. Olhem só o meu pensamento sobre a simultneidade do ensino e da aprendiagem na escola tradicional: Como física que sou, embasada por um princípio da Física concluí que este modelo tradicional está realmente fadado ao fracasso do ponto de vista do ensino e da aprendizagem solidários. Aqui me refiro ao ensino e a aprendizagem em grupo em completa solidariedade e democracia, com constante troca de informações, idéias e avanços, tão importantes para a formação do cidadão para viver em sociedade, defendido e colocado em prática por Freinet. Um famoso princípio da Física enunciado por Galileu Galileu (Ele está na moda este ano por causa da comeração do Ano Internacional da Astronomia), chamado "Princípio da Independência dos Movimentos Simultâneos" diz basicamente que dois movimentos que acontecem simultaneamente necessariamente são independentes. Ele explica que como estes dois movimentos acontecem ao mesmo tempo não dá tempo de um movimento interferir no outro e por isto são necessariamente independentes. Assim, para Galileu simultaneidade acarreta independência. Agora, transportando estes pensamentos para o processo de ensino e aprendizagem simultâneos que acontece na escola tradicional. Se considerarmos o processo de ensino e aprendizagem como sendo o fenômeno que acontece simultaneamente, concluiremos então que este processo necessariamente será independente. O incrível é que a independência seria total: independência do processo de ensino do professor para com o aluno, independência do processo de aprendizagem de um aluno para com outro aluno. Ou seja, nenhum processo interferiria no outro por serem todos simultâneos. A aprendizgem de um aluno não poderia interferir na aprendizagem de outro pois acontecem ao mesmo tempo. Com isto, fica difícil pensar em ensino e aprendizagem solidários e democráticos, que pressupõe troca e compatilhamento contínuos o tempo todo. Então, o aprendizado em grupo fica difícil de acontecer na escola tradicional, utilizando esta análise embassada cientificamente no princípio enunciado por Galileu. Depois de pensar nisso tudo achei divertido achar talvez uma explicação científica para justificar a propenção à independência e ao individualismo dos alunos da escola tradicional.

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