21/08/2009

Balanço de Conhecimentos

Por que procurar novas idéias, novos conhecimentos, novas teorias, novos caminhos? Quando paramos para refletir sobre as coisas sentimos essa necessidade de procurar coisas diferentes, a fim de nos satisfazermos nossos desejos de saber sobre elas, o porquê e para que delas. Como futura professora, me vi frente a uma escola em crise, isto é, uma escola sem motivação, sem sentido, sem vida. Mas como poderia atuar numa escola dessas sem rever minha concepção de educação, do que é a própria escola, do que essa escola significa para mim e para as crianças e, acima de tudo, sem pensar em como eu poderia atuar nela?
Tive que procurar alternativas, desconstruir velhas idéias e construir novas. A Pedagogia Freinet está trazendo muitos elementos importantes nesse processo. Estamos repensando conceitos como “ensinar”, “aprender”, “trabalhar na escola”, entre outros. Além disso, pudemos primeiramente desfazer a imagem da escola tradicional para refazê-la, mas pensando numa outra escola, uma escola construída por elementos que nos fazem sentido e que são parte da nova concepção de educação a que estamos tentando dar forma, ainda que essa forma seja um pouco deformada e constantemente modificada por novos questionamentos, novas desconfianças e novas idéias.
Discutimos sobre como a escola tradicional tenta fazer com que os seus alunos aprendam, ou seja, trata-os como “objetos” onde se podem colocar as idéias de forma simples, mecânica, ou como diz Paulo Freire, bancária, depositando-as na cabeça desses alunos. Questionamos esse posicionamento e nos perguntamos: quando o aluno aprende algo e como faz isso? Então pensamos em outras possibilidades de educação.
O que motiva o ser humano a querer aprender e conhecer algo é uma dúvida, uma pergunta. Assim, os alunos tem suas perguntas e essas perguntas os motivam a procurar respostas, procurar conhecimentos. O professor deveria estar auxiliando, quando preciso, nesse caminho em que o aluno procura conhecer. Discutimos que suas perguntas podem levá-lo aos saberes ou conhecimentos já produzidos pela humanidade ou a formular suas hipóteses. Esse processo de interrogar, formular hipóteses, procurar respostas pode levar o aluno a produzir um trabalho. Freinet é partidário da educação pelo trabalho, isto é, esse trabalho que é fruto de um processo de busca e produção de conhecimentos.
Essas idéias provocativas são importantíssimas para revermos nossos próprios ideais e nossas formas de trabalhar e/ou pensar a educação. Juntamente com isso, fomos mais uma vez provocamos e interrogados quanto às nossas verdades e à nossa realidade com as palavras de Agamenon e seu Porqueiro. Afinal, que verdades são essas, e talvez mais importante ainda, DE QUEM são essas verdades?
A verdade é poderosa, ela nos induz a fazer o que ela quer, a ser o que ela quer, pensar o que ela quer. Esse QUEM a quem pertencem as verdades, as usa como objeto de dominação, repressão quando caímos em suas ciladas. Discutimos que talvez seja melhor viver nas “incertezas” do que cair na mentira da verdade, pois essa verdade pode ser perigosa.
Na escola, a vida aparece quando deixamos as pessoas se manifestarem como elas são, e não quando são induzidas a ser ao reinarem as verdades. Penso que todos nós temos nossas idéias, nossos valores e sempre estamos aprendendo e construindo esses. Se deixarmos que as diferenças se manifestem na escola, a vida e a diversidade estarão presentes e os modos de pensar e ver o mundo estarão se relacionando, trocando experiências e crescendo.
Nosso curso segue esse caminho...

Um comentário:

  1. Precisamos de professores que virem a mesa... Chega de imobilismo.
    Profa. Maria Teresa

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